20 agosto 2010

Profissão: Cruzeirense


Alguns, principalmente a imprensa, dizem que uma outra torcida daqui é apaixonada, fiel, e que basta ouvir um foguete para gritar o nome popular do animalzinho símbolo do time.

Já o Cruzeirense é diferente.

Nós não precisamos de ouvir um foguete pra pegar nossa bandeira e sair gritando pelas ruas, basta olhar pra o alto e ver como o Cruzeiro do Sul brilha forte na noite de quarta-feira.

Ser Cruzeirense vai muito além de gritar o nome do time quando se vê uma camisa.

Ser Cruzeirense é saber que em qualquer lugar da Terra será reconhecido como torcedor de um time campeão.

É entrar no Mineirão, ver os 11 azulados entrando em campo, e 64.800 pessoas gritando o nome de cada um deles, na esperança que tragam o tão sonhado título.

É chorar a perda de uma Libertadores, e lembrar em seguida que tem 2 na história.

É saber que não importa a fase ruim, o fim do campeonato chega e a camisa estrelada reina absoluta.

Torcer para o Cruzeiro é comemorar um sprint do maratonista, o ace do meio-de-rede, o gol do atacante. Ser Cruzeirense é ficar puto porque o time ganhou só de 1x0 do Atlético, se o normal é 5x0. Usar a camisa Celeste não é apenas, "... ah, meu pai é Cruzeirense eu sou também."

Usar a camisa celeste é se emocionar, com a mão sobre o escudo, ao lado da Tríplice Coroa, ao ouvir "Cruzeiro, Cruzeiro querido!"

Ser Cruzeirense é gritar "É, campeão!" desde os 2 ou 3 aninhos de idade. E não parar mais.

Para mim, humilde representante estrelado nos bits e algorítimos do submundo virtual, ser cruzeirense é como uma profissão.

"Ei, você é o que?"
"Cruzeirense, poeta e estudante"

Não quero exigir de cada um que sejam 'tão cruzeirenses quanto eu', porque amor à Raposa não é algo que se mede, se defina em linhas. É algo que se sente.

O Cruzeirense é cruzeirense de alma, porque afinal, o coração um dia morre.

E falando em morte, não morreria pelo Cruzeiro, apesar de todo esse sentimento que disse aqui.

Mas entregaria toda a força do meu pulmão, junto com minha voz, pra cantar o hino, junto com milhares de cruzeirenses ao meu redor.

Nem que seja sozinho no estádio, sozinho na frente da TV ou quieto com o ouvido no rádio.

Ser cruzeirense é gritar mais alto o hino nacional quando ouve-se que "a imagem do Cruzeiro resplandece".

É ser Gigante, pela própria natureza. Declarar-se Cruzeirense é viver o passado glorioso, comemorar o presente de vitórias, e ter a certeza de um futuro melhor.

Ser Cruzeirense é cantar o "pra sempre vou te amar" todo o tempo, não só até 'o próximo foguete'.

por Fellipe Fraga Gerçossimo


Postado originalmente no Blog do Cruzeirense

6 comentários:

  1. Galo,
    se você fosse jogar no céu, morreria só pra te ver jogar!!!

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  2. Comentar o que?
    Faço do texto minhas palavras!
    Saudações celestes!

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  3. Ricardo, e junto de você, como sempre a massa Alvinegra toda.Tanto em minas, Brasil, mundo, no céu e no inferno a massa vai estar presente, e sempre em maior numero. Porque somos torcida de rodar roleta e não de estatísticas.

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  4. Não vou nem mencionar e escrever o que é torcer pelo glorioso CLUBE ATLÉTICO MINEIRO pois não caberia neste post, somente vou transcrever esse texto do célebre poeta Roberto Drumond:

    "Ser atleticano - Roberto Drumond

    Atlético
    Por Roberto Drummond

    Se Houver uma camisa branca e preta pendurada no varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento.
    Ah, o que é ser atleticano?
    É uma doença?
    Doidivana paixão?
    Uma religião pagã?
    Benção dos céus?
    É a sorte grande?
    O primeiro e único mandamento do atleticano é ser fiel e
    Amar o Galo sobre todas as coisas.
    Daí que a bandeira atleticana cheira a tudo neste mundo.
    Cheira ao suor da mulher amada.
    Cheira a lágrimas.
    Cheira a grito de gol.
    Cheira a dor.
    Cheira a festa e a alegria.
    Cheira até mesmo a perfume francês.
    Só não cheira a naftalina, pois nunca conhece o fundo do baú, trêmula ao vento.
    A gente muda de tudo na vida.
    Muda de cidade.
    Muda de roupa.
    Muda de partido político.
    Muda de religião.
    Muda de costume.
    Até de amor a gente muda.
    A gente só não muda de time, quando ele é uma tatuagem com as iniciais C.A.M., do Clube Atlético Mineiro, Gravado no coração.
    É um amor cego e tem a cegueira da paixão.
    Já vi o atleticano agir diante do clube amado com o desespero e a fúria dos apaixonados.
    Já vi atleticano rasgar a carteira de sócio do clube e jurar:
    —Nunca mais torço pelo Galo!
    Já vi atleticano falar assim, mas, logo em seguida, eu o vi catar os pedaços da carteira rasgada e colar, como os Amantes fazem com o retrato da amada.
    Que mistério tem o Atlético que às vezes parece que ele é gente?
    Que a gente o associa às pessoas da família (pai, mãe, irmão, filho, tio, prima)?
    Que a gente confunde com a alegria que vem da mulher amada?
    Que mistério tem o Atlético que a gene confunde com uma religião?
    Que a gente sente vontade de rezar "Ave Atlético, cheio de Graça?"
    Que a gente o invoca como só invoca um santo de fé?
    Que mistério tem o Atlético que, à simples presença de sua camisa branca e preta, um milagre se opera?
    Que tudo se alegra à passagem de sua bandeira?
    Que tudo se transfigura num mar branco e preto?

    Isto é a verdadeira paixão, GALO ATÉ A MORTE!

    Eduardo Nascimento(Duzim)

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  5. Ser atleticano é sempre chorar por titulos perdidos (geralmente eliminações nas oitavas) e comemorar qdo algum adversário do Cruzeiro vence! Isso é fato!!

    Não importa o que digam... o que digam os rivais!! Vou contigo a toda parte... cada vez te quero mais!! Cruzeiro... Clube querido...

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