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Cruzeiro 0 x 1 Vitória - "Gosto de cabo de guarda chuva"

 Montillo lutou muito mas o time não correspondeu (foto: Superesportes)

A torcida do Leste de Minas, reforçada por guerreiros da capital, compareceu em peso. No Ipatingão com capacidade para 20.500 torcedores, somente 11.200 foram colocados à venda. O cruzeirenses compraram 10.191 ingressos e 'lotaram' o estádio. O que não dá pra entender é porque não aumentar a capacidade do estádio com tantos espaços vazios nas arquibancadas. Saída de emergência? Já vi o Ipatingão lotado e ninguém aparecer com esse papo. Enfim, vamos ao jogo. 

O Cruzeiro começou pressionando o Vitória com jogadas rápidas mas com finalizações abaixo da crítica. Não gosto de criticar convocação de técnico mas desta vez Cuca se precipitou ao escalar Jones (que pediu para não ser mais Carioca). Ele entrou nervoso em campo e errou passes bisonhos. Não dá para crucificar o cara por isso. Deu para perceber que foi nervosismo. É melhor jogar um péssimo jogo de estreia que arrebentar em uma partida e desaparecer. Exemplos disso não faltam ao Cruzeiro. Força, Jones! Não desanime.

Voltando ao jogo, foram inúmeras chances perdidas de gol. Chutes de longe, cruzamentos, tabelas, enfim... O jogo do Cruzeiro foi predominantemente pela direita, mas sem eficiência. Desta vez, Jonathan fez muita falta. Rômulo começou até bem mas se perdeu em meio ao nervosismo de Jones, que até parte do primeiro tempo estava pela direita. Diego Renan pouco avançou no primeiro tempo. No segundo, ele até que subiu um pouco mais mas não é o mesmo jogador do ano passado. E na falta de gols, a torcida se empolgava com as jogadas do argentino Walter Montillo. O sujeito é craque. Jogador diferenciado que surpreende a todos com alternativas criativas durante a partida. Quando você pensa que ele vai fazer o óbvio, ele surpreende e dá um drible desconcertante e se livra dos marcadores. Acontece que o time não acompanha o seu raciocínio. 

E, graças a Deus, o primeiro tempo acabou! Cuca mudou o time no intervalo, colocando Roger no lugar de Jones. Substituição previsível, haja vista a péssima atuação do estreante. O Cruzeiro voltou mais forte e perigoso mas o balde de água fria veio logo aos 8 minutos. O atacante Junior recebeu a bola nas costas de Fabrício (que alternou momentos bons e ruins na partida) e mandou para o 'fundo do filó' (saudade da narração do saudoso Fernando Sasso). A equipe de amarelo sentiu o golpe. Amarelo? Ah, sim. Já ia me esquecendo. Em vez do tradicional azul e branco, o Cruzeiro jogou com o belo uniforme amarelo e azul escuro. Prato cheio para os supersticiosos, já que em sua terceira partida a camisa amarela soma uma derrota, um empate (Santos) e uma vitória (Botafogo).

Abatido pelo gol, o Cruzeiro virou um amontoando em campo. Cuca ainda ousou, tirando os laterais Rômulo e Diego Renan e colocando Caçapa e Wallyson, que entraram bem no jogo, mas já era tarde. Thiago Ribeiro foi expulso depois que Junior simulou uma contusão. Ao contrário do que aconteceu alguns jogos atrás, quando a arbitragem puniu um jogador do Cruzeiro com cartão por causa de uma simulação, os punidos desta vez foram Fabrício (amarelo) e Thiago Ribeiro (vermelho). Só pra constar, achei ridícula a atitude da torcida em vaiar o jogador, independente de ter sido justa ou não a expulsão.

Com um a menos no placar o Cruzeiro até passou a atacar um pouco mais. O único lance realmente de perigo foi uma bola perdida por Wellington Paulista praticamente cara a cara com o goleiro Viáfra, depois de um cruzamento da esquerda. Um jogador do Vitória expulso já no finzinho da partida e só! Fim de jogo! De volta pra casa com aquele gosto de 'cabo de guarda chuva' de quem pega a perigosa BR-381 para ver um time apático, com algumas exceções. 

Cabe ao técnico Cuca consertar os erros, principalmente no meio e no ataque. Ele precisa definir quem vai jogar ao lado de Montillo. Apesar dos pesares, Roger é o nome ideal, já que está entrosado com a maior parte dos jogadores. Jones deveria ir entrando no decorrer das partidas, sem o peso de entrar para resolver uma partida problemática. No ataque, está difícil. Eu não confio em Wellington Paulista e Thiago Ribeiro não consegue repetir as atuações de antes da Copa do Mundo. Wallyson pareceu ter qualidade, mas ainda é cedo para avaliar. Tenho esperança em Ernesto “Anthony Kiedis” Farias e, pelo que ouvi de Sebástian Prediger, ele também pode ser um nome para dar vida ao time naquela região do meio para frente. Em título eu não sei se acredito mais. Vai ser difícil alcançar o Fluminense e o Corínthians, o nosso próximo adversário (êh, Adilson... coopera aí). 

Finalizo com uma consideração sobre o Cuca. Está na hora de mostrar que tem capacidade de dirigir um grande clube. Elenco de qualidade, ele tem. Elenco nas mãos, ele tem. Então, está na hora de fazer esse time jogar e ganhar. Não quero esperar 8, 9, 10 jogos sem vitória para poder questioná-lo. Então, contra o Corínthians, é vencer ou vencer.

Fábio F.Monteiro - Jornalista diplomado, valadarense, 
cruzeirense e amando do bom e velho rock'n roll.

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